Família:
Responsável:
Campregher
Altino José Mengarda

 

Familia Campregher

Os Campregher que estabeleceram em Rio dos Cedros, mais precisamente na Dolorata, Pomeranos Médio, vieram de Centa San Nicolò (TN – Itália), pequena e aprazível cidade nas encostas das montanhas que ladeiam a Valsugana, o verde vale de cerca de cento e sessenta quilômetros por rodovia de Trento a Veneza e onde se localizam centenas de “paeselli”.

Nos arredores de Centa há alguns distritos, pequenos agrupamentos de casas, que lá chamam de “frazione”. Em Centa existem as “frazioni” Campregheri, Girardi, Rauieri e Tonezeri, nomes extraídos das famílias fundadoras da localidade. Os Campregher que vieram para Rio dos Cedros, porém, devem ter vindo de Girardi, conclusão tirada dos registros de batismos que fazem constar como local de origem a “frazione” Girardi.

Fala-se aqui dos Campregher que vieram de Centa, porém entenda-se como os Campregher o grupo compreendido pela família de Andrea Campregher e Angela Bortolini, ela também de Centa, que vieram com os filhos Rosa, Annunziata, Ernesto, Giuseppe, Emilia, Eugenio, Eletta, Oliva, Giovanni. Andrea e a família se estabeleceram no lote 91 do Caminho dos Pomeranos, que se localizava no entroncamento desse Caminho com a estrada que conduz a Rio dos Cedros. Mais tarde este lote foi subdividido e nele se estabeleceram os Cristeli, os Lenzi, que montaram olaria, e Erminio Tafner com seu ateliê de sapataria.

O livro “Eles Não Serão Esquecidos”, de Altino José Mengarda, que traz pequena história dessa família, não cita todos os nomes dos filhos de Andrea e Angela. Rosa, a mais velha e Emilia não o são, não se sabendo o fim delas, se morreram ou se casaram e foram para lugares distantes, perdendo seu sobrenome e caindo no esquecimento. Oliva, citada em pequena história da família Stulzer, é dada como incerta. A pesquisa realizada nos arquivos do “Archivio dello Stato” de Trento e na Igreja de Caldonazzo em meados de 2009 pelo autor, porém, dá como certa sua existência e a possibilidade de ter-se casado com Salomone Mengarda e morrido sete meses após o casamento, como afirma o livro dos Stulzer. O elenco de emigrados de 1876, porém, subscrito pelo capocomune Gremes, de 9 de janeiro de 1877, traz a relação completa de todos os emigrados de Centa San Nicolò daquele ano e nele consta Andrea Campregher, mulher Angela e os nove filhos, Rosa, Emilia e Oliva inclusas.

Rosa e Emilia, como já se falou, perderam sua história. Annunziata casou com Luigi Mengarda, Ernesto com Theresia Girardi, Giuseppe com Virginia Zanlucca, Eugenio com Paulina Vicenzi, Eletta com Pellegrino Lenzi, Giovanni com Narcisa Menesgtrina, Oliva com Salomone Mengarda. Aqui no Brasil Andrea e Angela tiveram ainda Luigi, que casou com Leonora Reizer e Maria, casada com Luigi Bortolini.

Houve outros Campregher emigrados, os quais constam dos registros de posse de terras no século XIX. Matteo Campregher veio de Calceranica e se estabeleceu na Colônia Itajahy Príncipe Dom Pedro, hoje conhecida por Brusque. Giovanni Battista e Battista Campregher também vieram de Calceranica e ocuparam os lotes 29 e 30, respectivamente, em Rodeio. Calceranica é um pequeno e belo “paese” na encosta das montanhas em que se situa Centa, de onde se tem excelente visão do lago Caldonazzo e de várias cidades ao seu redor. É também estação ferroviária para quem vem de Trento para Veneza.

Merece destaque e explicação um letreiro no alto da igreja de Centa San Nicolò, em latim, como era costume da época: PIETAS INCOLARUM BIENNIO EXCITAVIT MDCCCLVII – LIX (foto abaixo).     Traduzindo livremente: a devoção dos cidadãos (de Centa) construiu essa igreja em dois anos: 1857 – 1859. Conta a história do local que as pedras usadas na construção da igreja foram trazidas do fundo do vale, passando-as de mão em mão dos homens e rapazes colocados em fila na encosta. É uma igreja belíssima, com pinturas muito bem conservadas, como conservado está tudo, mesmo o que não é mais usado: altar, balaustrada, púlpito, confessionários, bancos, etc.. Pelas datas, pode-se concluir que nossos emigrados de Centa trabalharam duro na construção dessa igreja.


Desenvolvido por: Renan Taffner e Andrey Taffner
Agradecimentos: Marcel L. Zanluca